Pedro Ferreira
Dona Lourdes Barroso, quando menina, lá em Serrinha, sertão da Bahia, sempre implorava a Deus para que nunca se apaixonasse por um homem chamado Francisco.
O pai dela alimentava uma porção de porcos com a sobra de comida dos 15 filhos e todo porco ele chamava de Chico.
A menina dizia, com sua voz arrastada e cantada, como todo bom baiano: "Ai, meu Deus! Nunca deixe-me apaixonar p...
Dona Lourdes Barroso, quando menina, lá em Serrinha, sertão da Bahia, sempre implorava a Deus para que nunca se apaixonasse por um homem chamado Francisco.
O pai dela alimentava uma porção de porcos com a sobra de comida dos 15 filhos e todo porco ele chamava de Chico.
A menina dizia, com sua voz arrastada e cantada, como todo bom baiano: "Ai, meu Deus! Nunca deixe-me apaixonar p...
or um homem chamado Francisco", assim pedia ela, a Deus e a todos os santos.
Na época da Ditadura Militar, Lourdinha Barroso era cantora da Rádio Excelsior em Salvador.
Foi perseguida pelos militares pelas suas ideias e fugiu infiltrada numa companhia de teatro.
Chegando em Barra, desconfiada que ainda era seguida, entrou no primeiro barco a vapor que encontrou pela frente: Vapor São Francisco, no Rio São Francisco. E ela apaixonou-se perdidamente pelo comandante Francisco Barros.
Durante anos, Lurdinha Barroso fez do vapor o seu palco, seu estúdio, e encantava a todos com a sua voz cantando Cartola, no sobe e desce do Velho Chico, de Pirapora, Minas, a Barra, na Bahia.
Ancoravam em Bom Jesus da Lapa para comprar sedas, roupas íntimas, comer tatu no restaurante e dançar forró.
O tempo passou, Lurdinha Barroso virou estrela no barco. Do amor pelo comandante, nasceram Francisleide e Francisco Barroso Júnior.
Em 2001, quando comecei minha jornada de 37 dias de banco pelo Velho Chico, conheci Dona Lourdes em sua casa, em Pirapora, Norte de Minas.
Ela guardava lembranças do seu amado, que encantou-se, e não economizava suspiros pelos grandes amores da sua vida. Dona Lourdes é carranqueira, esculpe imagens de São Francisco e é da Ordem Franciscana.
E ela agradece a Deus todo santo dia por Ele não ter ouvido as suas preces quando menina. Pelo contrário, a presenteou não com um, mas com vários Chicos.
Na época da Ditadura Militar, Lourdinha Barroso era cantora da Rádio Excelsior em Salvador.
Foi perseguida pelos militares pelas suas ideias e fugiu infiltrada numa companhia de teatro.
Chegando em Barra, desconfiada que ainda era seguida, entrou no primeiro barco a vapor que encontrou pela frente: Vapor São Francisco, no Rio São Francisco. E ela apaixonou-se perdidamente pelo comandante Francisco Barros.
Durante anos, Lurdinha Barroso fez do vapor o seu palco, seu estúdio, e encantava a todos com a sua voz cantando Cartola, no sobe e desce do Velho Chico, de Pirapora, Minas, a Barra, na Bahia.
Ancoravam em Bom Jesus da Lapa para comprar sedas, roupas íntimas, comer tatu no restaurante e dançar forró.
O tempo passou, Lurdinha Barroso virou estrela no barco. Do amor pelo comandante, nasceram Francisleide e Francisco Barroso Júnior.
Em 2001, quando comecei minha jornada de 37 dias de banco pelo Velho Chico, conheci Dona Lourdes em sua casa, em Pirapora, Norte de Minas.
Ela guardava lembranças do seu amado, que encantou-se, e não economizava suspiros pelos grandes amores da sua vida. Dona Lourdes é carranqueira, esculpe imagens de São Francisco e é da Ordem Franciscana.
E ela agradece a Deus todo santo dia por Ele não ter ouvido as suas preces quando menina. Pelo contrário, a presenteou não com um, mas com vários Chicos.
(Efeito do vinho que deveria ir para a carne, que por sinal ficou a "Carne Chorada" mais saborosa que já fiz, ao som de Nina Simone)
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